Capitulo 2

 

Apenas o barulhinho agradável das gotas de chuva caindo sob o chão...era isso que si ouvia...

Eu estava deitada em minha cama,ouvindo o barulhinho gostoso da chuva,pensando em como seria o meu maravilhoso dia...

Como seria maravilhoso ter que...ver minha psicóloga daqui a algumas horas,voltar em casa,ver a minha mãe...ouvir ela dizendo que eu sou uma inútil...e a noite,ver o “querido” Richard.

Dia mais que perfeito!

Não sei dizer o que é pior...Estudar durante um ano inteiro,ou as férias.

Me levantei lentamente e desci as escadas,minha mãe não estava...Então fui até a cozinha,pegando algo para comer e me dirigindo a sala,em seguida o telefone toca...eu observava-o,devia ser mais uma das amiguinhas de minha mãe.

Eu peguei o telefone e esperei que a pessoa falasse.

-Angelique...-(Era uma voz familiar,eu fiquei estática ao conseguir decifrar quem era)

-O que quer Kevin¿-(perguntei séria)-Não tenho tempo para isso.

-É sério...eu...eu...-(Notei que o garoto estava desesperado)

-Você...¿Fala logo!-(Eu disse me irritando)

-A Lindsay!-(O garoto começava a chorar)

-Sim ela morreu.-(falei friamente)

-Eu sei eu sei!Mas...não é isso!-(Dizia ele desesperado)-Vem aqui na escola rápido!

-Certo garoto,se for brincadeira,eu juro que te mato!-(Disse desligando o telefone)

 

O que foi que aconteceu¿Porque todo aquele desespero....¿

Eu colocava a primeira roupa que via,em seguida descendo correndo e saindo de casa...não me importei com a chuva e me fui rumo ao colégio.

As ruas estavam desertas,parecia uma cidade fantasma,não que isso me deixasse com medo,era algo até legal.

Enquanto caminhava me lembrei daquela cena na casa de Lindsay...o sangue,o corpo todo dilacerado...como será que a  mãe dela deve estar...tanto faz,nunca falei com ela mesmo.

 

Chegando nas redondezas de um colégio...com estrutura antiga...em volta dele havia algumas árvores secas e flores mortas...do lado esquerdo havia uma floresta...todos tinham medo dali...mas  não tem nada demais naquele lugar...a ultima vez que fui ali vi dois garotos fumando maconha,e um casal transando...nada diferente do que acontece todos os dias pela cidade.

Quando cheguei perto da grande escadaria do colégio,notei Kevin me esperando.

Kevin é dois anos mais velho que eu tem 17 anos,tinha os cabelos loiros e olhos azuis,devia ter 1,82 de altura,eu perto dele me sentia um inseto,era amigo da Lindsay a 4 anos,e as vezes conversava comigo,mas como eu sou uma “pirralha” achava que se conversasse comigo,poderia sujar a reputação dele no colégio.

-O que foi senhor popular¿-(perguntei parando uns dois degraus longe dele)

-Você precisa ver uma coisa.-(disse Ele me puxando pela mão direita)

-Acalme-se,olha aqui Kevin!-(Eu o parei para poder olhar ele no rosto,os olhos do garoto estavam marejados,o pescoço estava um pouco sujo de sangue,olhei para a mão direita dele e também estava com sangue)-O...Oque você fez¿

-Eu não fiz nada!-(disse ele apavorado,notei que estava sendo sincero então o segui até o armário de Lindsay)

O colégio vazio dava um ar de mal assombrado...mas para que estava acostumado já era normal...ainda mais para mim,que passava até o Domingo nele,vagando em silêncio pelos corredores.

Quando paramos,foi em frente ao armário da Lindsay,um cheiro horrível saia dele,e havia algumas moscas,automaticamente soltei a mão de Kevin e a levei até o nariz,Kevin me olhava horrorizado.

-Não me diga que...-(eu abri o armário e o corpo de uma mulher muito parecida com a Lindsay caiu,quer dizer..partes do corpo caíram sob o chão,o cheiro aumentou,Kevin deu um passo para trás)-Quem é ela¿-(falei em tom baixo)

-A mãe da Lind...-(murmurou Kevin indo até um canto do corredor e vomitando por causa do cheiro)-Que fedor!

-Como descobriu isso...¿-(perguntei me agachando para poder observar melhor o corpo,o sangue me dava uma louca vontade de...enfim...dei um sorriso de canto e sacudi levemente a cabeça)

-Eu estava indo até o ginásio,quando senti esse cheiro horrível,aí percebi que o cheio vinha do armário da Lind e o abri!-(falou ele ofegante por ter vomitado)

-Seu fresco!-(Eu disse olhando-o vomitar)-Será que a Lind matou a própria mãe¿-(perguntei cutucando a cabeça solta da mulher)-hum...

-Acho que não...ela não teria coragem!-(disse ele se recompondo)-Quem matou a Lind,matou a mãe dela.

-hum...por enquanto precisamos tirar isso daqui.-(eu disse me levantando)-Dá sua camiseta Kevin!

-O que¿Lógico que não ela é nova!-(murmurou ele)

-Não quero saber,me dá logo sua camiseta!-(Eu disse estendendo a mão destra,ele tirou a camiseta eu a peguei,enrolei os braços da mulher,em seguida tirei o casaco e enrolei a cabeça).

-Sobrou as pernas.-(disse ele apontando para as pernas)

-Eu sei...-(tateei o bolso da calça e em seguida vi o meu canivete,o retirei e olhei para lâmina...não havia limpado-a)

 

-Sua louca,o que pretende fazer¿-(Ele me olhava incrédulo)

-Isso...-(eu murmurei começando a cerrar a perna da mulher,já to vendo meu canivete em fio algum...que saco...)

-Isso vai demorar...-(disse Kevin evitando olhar em minha direção)

-Então vá no refeitório e me traga uma faca...-(Eu disse com dificuldade,enquanto cerrava a perna da mulher)-QUE SACO SE MECHE!

Kevin saiu correndo em direção ao refeitório,parei de cerrar e me sentei no chão,que cheiro ruim!

Eu cutucava o corpo do da mulher com o canivete,por alguns instantes eu fechei meus olhos,a chuva estava mais forte...eu estava um pouco molhada...saco!

Abri os olhos novamente e vi Kevin se aproximando com uma faca,ele me olhava como se eu fosse uma psicopata em seguida me entregando.

-Pegue...vamos logo com isso!-(Ele me entregou a faca em seguida eu a peguei e comecei o processo)

A cada corte mais e mais sangue saia por vez espirrava um pouco em meu rosto e meus braços.Kevin me olhava incrédulo,eu não desviava o olhar...preferia ver todo aquele sangue do que olhar para a cara do Kevin.

Quando terminei enrolei as 4 partes das pernas no meu casaco,que era um sobretudo em seguida colocando a faca junto.

-Vamos levar isso para a floresta!-(Eu falei pegando a cabeça dela)

-Eu não vou pegar aquilo ali!-(disse ele apontando para as pernas da mulher que estavam enroladas no meu casaco)

-Ah vai sim,si não quer ser acusado de assassinato!-(Eu disse saindo andando com a cabeça fedida da mulher)

Realmente,Kevin é um fresco,me pergunto como Lindsay o aturava...

Eu olhava para ele segurando com a maior cara de nojo as pernas da mulher,enquanto eu só faltava beijar a cabeça e os braços ensangüentados e fedidos dela.

Saímos de dentro do colégio,estava chovendo...uma chuva forte que deixou eu e aquele fresco encharcados.

As ruas continuavam vazias,a não ser por dois bêbados que passavam por ali.

-Que fedor,vocês deviam tomar banho!-(disse um deles me olhando)

-Pior que vocês impossível.-(eu resmunguei sem dar muita bola)

Quando os mendigos passaram,Kevin me olhou mortalmente.

-Estamos fedendo mais que aqueles mendigos,que vergonha!-(Disse ele irritado)

-Pelo menos fizemos com que eles não se sintam mais as pessoas menos higiênicas da cidade.-(Eu disse indiferente)

Quando entramos na floresta,caminhamos durante vinte minutos para então largar o corpo ali.

-Pronto...missão cumprida!-(Eu disse dando um sorriso)

-Como consegue sorrir em uma hora dessas¿-(perguntou Kevin olhando para si mesmo todo fedido e com algumas manchas de sangue)

-Melhor rir,do que chorar...-(eu disse dando um sorrisinho torto,em seguida começando a sair da floresta)

-Onde você vai¿-(perguntou ele indo atrás de mim)

-Embora,preciso de um banho urgente!-(eu disse séria,sem o olhar)

-Ah,mas irá andar na rua suja de sangue¿-(perguntou ele)

-E daí...¿-(Eu disse começando a rir)-já sou considerada louca...vai ver vão achar que eu matei um cachorro.

-Eu não...eu irei no colégio me lavar.-(disse ele me olhando)

Deu mais 20 minutos,e finalmente saí daquele inferno...Kevin foi para dentro do colégio e eu segui meu rumo para meu segundo inferno...minha casa.

Como as coisas andam confusas...primeiro a morte da Lindsay na casa dela...agora a mãe dela esquartejada em um armário...temos um maníaco pela cidade...

Um sorrisinho se formou em meu rosto,olhei para minhas mãos,estavam ainda um pouco sujas de sangue...como vou explicar isso para minha mãe¿

Chegando em casa,o fedor de gente morta se instalou no local,olhei em volta e dei graças a deus,minha mãe não estava.

Fui em meu quarto e peguei meu celular,depois fui direto ao banheiro,olhei-me no espelho,encharcada,fedida e suja de sangue...O maravilha!

Me despi e entrei na banheira,em seguida pegando meu celular para ver a mensagem que havia chegado.

Era de um numero desconhecido...o que estava escrito me deixou curiosa...

“Você é a próxima...”

Eu comecei a rir e larguei o celular no chão...como si ele fosse o único assassino da história...